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O disco de vinil, conhecido simplesmente como vinil, ou ainda Long Play (LP) é uma mídia desenvolvida no final da década de 1940 para a reprodução musical, que usa um material plástico chamado vinil1 (normalmente feito de PVC), usualmente de cor preta, que registra informações de áudio, que podem ser reproduzidas através de um toca-discos.
O disco de vinil possui microssulcos ou ranhuras em forma espiralada que conduzem a agulha do toca-discos da borda externa até o centro no sentido horário. Trata-se de uma gravação analógica, mecânica. Esses sulcos são microscópicos e fazem a agulha vibrar. Essa vibração é transformada em sinal elétrico. Este sinal elétrico é posteriormente amplificado e transformado em som audível (música).2
O vinil é um tipo de plástico muito delicado e qualquer arranhão pode tornar-se uma falha, a comprometer a qualidade sonora. Os discos precisam constantemente ser limpos e estar sempre livres de poeira, ser guardados sempre na posição vertical e dentro de sua capa e envelope de proteção (conhecidas, vulgarmente, como capa de dentro e de fora). A poeira é um dos piores inimigos do vinil, pois funciona como um abrasivo, a danificar tanto o disco como a agulha.
O disco de vinil surgiu no ano de 1948, tornando obsoletos os antigos discos de goma-laca de 78 rotações - RPM (rotações por minuto) -, que até então eram utilizados. Os discos de vinil são mais leves, maleáveis e resistentes a choques, quedas e manuseio (que deve ser feito sempre pelas bordas). Mas são melhores, principalmente, pela reprodução de um número maior de músicas - diferentemente dos discos antigos de 78 RPM - (ao invés de uma canção por face do disco), e, finalmente, pela sua excelência na qualidade sonora, além, é lógico, do atrativo de arte nas capas de fora.
A partir do final da década de 1980 e início da década de 1990, a invenção dos compact discs (CD) prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil ficarem obsoletos e desaparecerem quase por completo no fim do Século XX.3
No Brasil, o LP começou a perder espaço em 1992. Em 1993 foram vendidos no Brasil 21 milhões de CDs, 17 milhões de LPs e 7 milhões de fitas cassetes.
A partir de 1995, as vendas do LP declinaram acentuadamente em função da estabilização da moeda (consequência do Plano Real) e melhoria do poder aquisitivo da população, que permitiu a população adquirir mídias musicais mais modernas. Artistas que pertencem a grandes gravadoras, gravaram suas músicas em LP até 1997, e aos poucos, o bom e velho vinil saía das prateleiras do varejo fonográfico, mas retornou, timidamente, no final da primeira década do Século XXI.
Apesar disso, alguns audiófilos ainda preferem o vinil, por acreditarem ser um meio de armazenamento bem mais fiel que o CD.
A gravação e produção do disco de vinil segue um processo mecânico complicado, do tipo analógico, que se completa em sete etapas. Apesar da complexidade, a produção de um disco não dura mais de meia hora no total.4 5 6
Existe ainda uma técnica denominada "direct metal mastering" (masterização directa em metal) ou DMM na qual a música é transferida directamente para um disco metálico relativamente pouco duro, em geral de cobre. Por este processo, apenas é necessário seguir o processo galvânico para obter os estampadores, diminuindo os custos de produção. Também existem discos em que o processo de corte é efectuado a uma velocidade mais baixa que a de reprodução, normalmente metade ou um quarto, sendo o disco resultante de qualidade notavelmente melhor em toda a banda de frequências audível pelo ouvido humano. Este mesmo processo permitiu também gravar vídeo em discos de vinil, ou audio multicanal, como foi o caso dos formatos cd4, SQ, QS (ou outros sistemas de 4 canais). 4 6
Durante o seu apogeu, os discos de vinil foram produzidos sob diferentes formatos:
Os discos de goma-laca de 78 rotações, foram substituídos pelo LP. Depois o CD tomou o lugar de destaque do LP, pois teve ampla aceitação devido sua praticidade, seu tamanho reduzido e som, aparentemente, livre de ruídos. A propaganda do CD previa o fim inevitável do LP, que é de manuseio difícil e delicado. Na verdade, décadas após a criação dos CD os discos de vinil ainda não foram totalmente aposentados.
Entusiastas defendem a superioridade do vinil em relação às mídias digitais em geral (CD, DVD e outros). O principal argumento utilizado é o de que as gravações em meio digital cortam as frequências sonoras mais altas e baixas, eliminando harmônicos, ecos, batidas graves, "naturalidade" e espacialidade do som. Estas justificativas não são tecnicamente infundadas, visto que a faixa dinâmica e resposta do CD não supera em todos os quesitos as do vinil. Especialmente quanto se trata de nuances que nos sistemas digitais são simulados através de técnicas de dithering.
Os defensores do som digital argumentam que a eliminação do ruído (o grande problema do vinil) foi um grande avanço na fidelidade das gravações. Os problemas mais graves encontrados com o CD no início também foram aos poucos sendo contornados. Os sucessores do CD, o DVD-Audio e o SACD, oferecem largura de banda e amostragens superiores ao CD, apesar de sua baixa penetração no mercado, devido à proliferação do mp3, um formato digital independente de mídia, mas com notáveis perdas de qualidade de som devido aos algoritmos de compactação de dados.2
Ainda existe o forte aspecto lúdico que os discos de vinil proporcionam segundo os seus defensores, já que a embalagem comercial do LP proporciona um espaço muito maior de exposição em relação ao CD por exemplo; onde costuma-se inserir artes e posters em tamanho muito superior, e de fato vários vinis lançados ao longo dos seus anos dourados (e atualmente também) possuem em suas embalagens verdadeiras obras de arte, muito apreciadas por entusiastas que as manuseiam durante a audição dos discos. Este ritual próprio de desembalar, manusear cuidadosamente o disco, apreciar a arte dos grandes encartes, virar manualmente os lados quando estes acabam é muito apreciado pelos defensores desta mídia analógica, representando uma melhor apreciação do som e do produto mercadológico oferecido pelo artista.
Outro problema apresentado é quanto à duração, porque ao longo dos anos a mídia digital apaga-se, coisa que não acontece com o LP.
Por estes motivos até hoje se fabrica LP e toca-discos em escalas consideráveis, bem como intensa procura e troca de novos e usados, que são objetos de relíquia e estima para audiófilos e entusiastas de música em geral.
Na segunda metade de 2008, os proprietários da Polysom, informados do volumoso crescimento na venda de vinis nos Estados Unidos e na Europa, depararam-se com a possibilidade de adquirir o maquinário da antiga fábrica e reativá-la7 . Em setembro do mesmo ano, começaram as diligências e os estudos que resultaram na aquisição oficial, em abril de 2009. No final de novembro de 2009, depois de meses de restauração, a fábrica finalmente fica pronta, sendo feitos os primeiros testes com os LPs produzidos. A fábrica tem capacidade para produzir 28 mil LPs e 14 mil Compactos por mês. Estabeleceu-se como única fábrica de vinis de toda a América Latina, condição que mantém até hoje.